quinta-feira, 9 de maio de 2013

Arte Expositiva de Calvino pág.60 e 61



 Quando Calvino subia ao púlpito ele não levava consigo um esboço do sermão. Não que negligenciasse o estudo intenso e a rigorosa preparação,conforme alguns acreditavam. na verdade o reformador costumava estar bem preparado no texto ao qual pregaria. Como temos visto ele estudava com maior diligência antes de ir ao púlpito. Como ele mesmo disse: se eu subir ao púlpito sem ao menos ter olhado para o livro, e pensasse de forma frívola: "há, bem, quando eu começar a pregar, Deus me dará o suficinte para dizer" e, então, viesse aqui sem me preocupar com o texto que leria ou sem pensar no que devo declarar, e se não considerasse com cuidado uma maneira de aplicar as Sagradas Escrituras para a edificação do povo, eu seria um pretencioso arrogante. Calvino fez uma escolha conciente quanto a expor as Escrituras  sem ter uma anotação diante de si. Conciente de que falaria a pessoas comuns, dentro da realidade em que viviam, e não a teólogos profissionais. Ele queria que seus sermões tivessem um caráter pastoral e uma fala natural. Confiando no Espírito Santo, ele permanecia diante das pessoas com nada mais que uma Bíblia aberta e continuava com o seu minucioso estudo da passagem. A exposição que resultava desta prática era uma explicação clara e concisa do texto,acompanhada de uma aplicação prática e de uma exortação inpetuosa. indiscutivelmente, o intelecto brilhante de Calvino era um fator essecial para sua elocução espontânea. sempre que ele assumia o púlpito, tudo que estudara para um sermão em particular, assim como sua preparação para outras responsabilidades de ensino era empregado no texto que tinha diante de si naquele momento. num sentido real, por trás de cada mensagem havia toda uma vida de estudos. Hughes oliphant Old observou: "este mesmo tipo de concentração... o capacitou a pregar sem anotações de esboços... o sermão em si era elaborado diante da congregação". Com tal estilo espontânio, Clavino tentou se afastar da metodologia comun em seus dias, segundo a qual o pregador simplismente lia suas pregações de forma seca e sem vida. O reformador dizia:
" Parece-me que existem poucas pregações vívidas no Reino. A maioria dos pastores prega lendo um discurso previamente escrito". Assim, Calvino acreditava que a pregação espontânia ajuda a produzir uma eloguência "vívida", a qual é marcada por energia e entusiasmo.    

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Pastor evangélico é preso acusado de estuprar duas fiéis de sua igreja

Marcos Pereira da Silva foi denunciado por duas seguidoras; líder da igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, de São João de Meriti (RJ), ele voltava para apartamento de R$ 8 milhões quando foi detido

Pastor evangélico é preso acusado de estuprar duas fiéis de sua igreja

 Polícia Civil/Divulgação "As investigações começaram há cerca de um ano, a partir de acusações que o coordenador AfroReggae"
RIO - O pastor evangélico Marcos Pereira da Silva, líder da igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, foi preso pela Polícia Civil do Rio por volta das 22h de terça-feira, 7, na Rodovia Presidente Dutra, na altura de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Contra ele, havia dois mandados de prisão preventiva pelo crime de estupro. As denúncias foram feitas por fiéis de sua igreja, cuja sede fica em São João de Meriti.
No momento da prisão, o pastor estava em seu carro, um Passat. Ele voltava para sua casa, um luxuoso apartamento em Copacabana, na zona sul da capital. Segundo a polícia, o imóvel está no nome da igreja e está avaliado em R$ 8 milhões.
Os mandados foram decretados pelos juízes Richard Fairclough, da 1ª Vara Criminal de São João de Meriti, e Ana Helena Mota Lima, da 2ª Vara Criminal da mesma comarca, na última quinta-feira, 2. Segundo o delegado Márcio Mendonça, da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), as investigações começaram há pouco mais de um ano, a partir de acusações que o coordenador da ONG AfroReggae, José Júnior, fez sobre o suposto envolvimento de Marcos Pereira com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Ao longo das investigações, a polícia descobriu que o pastor teria estuprado seis fiéis, entre elas três menores de idade. Ele também realizaria orgias em seu apartamento em Copacabana. As pessoas eram chamadas para cultos, mas Pereira as forçava a participar da orgia para "serem purificadas", segundo o delegado. O policial disse ainda que o pastor costumava agir com violência, e que obrigava mulheres a fazer sexo com mulheres e homens a transar com homens. Uma das vítimas revelou que foi estuprada dos 14 aos 22 anos. Uma segunda seria uma ex-mulher do pastor, com quem foi casado até 1998.
A Polícia Civil ainda investiga o suposto envolvimento do pastor em quatro homicídios, além de tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Um dos assassinatos seria de uma jovem que descobriu as orgias e teria tentado denunciá-lo. Um sobrinho de Marcos Pereira também estaria envolvido neste assassinato.
O pastor não possui formação em Teologia. Por isso, será encaminhado nesta quarta-feira (08) à uma prisão comum no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste.
Apoio de fiéis. Após a prisão do pastor, cerca de 30 fiéis da igreja de Marcos Pereira fizeram plantão em frente à sede da DCOD, no Andaraí, na zona norte. Mulheres e crianças trajavam vestidos longos, que cobrem o corpo do pescoço aos pés. O traje é comum entre fiéis da Assembleia de Deus dos Últimos Dias. Entre os fiéis, estava o ex- pagodeiro Waguinho, que é missionário da Assembleia de Deus dos Últimos Dias há nove anos. Ao sair da delegacia, Waguinho criticou a ação da polícia e as denúncias de José Júnior. O ex-pagodeiro concorreu à Prefeitura de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, nas eleições do ano passado, mas não passou para o segundo turno.
Pelo twitter, o coordenador do AfroReggae comemorou a prisão do pastor: "Quero agradecer a nova gestão da DCOD pelo excepcional trabalho nessa prisão. Dr. Marcio Mendonça num curto espaço de tempo arrebentou!".
Perfil. Marcos Pereira ganhou notoriedade por conseguir convencer criminosos a pôr fim a rebeliões em presídios. Ele chegou a trabalhar junto com a ONG AfroReggae, que se dedica a recuperar moradores de favelas que tiveram envolvimento com o tráfico de drogas. A parceria terminou em fevereiro de 2012, quando José Júnior, em entrevista ao jornal "Extra", acusou o pastor de ter ordenado os ataques realizados por traficantes contra policiais do Rio, em 2006 e 2010. Pereira negou as acusações e processou Júnior por calúnia e difamação, mas o processo foi extinto pela Justiça.

As Raposinhas



ALEGORIA: “Rapozinhas”- Nome dado a certas plantas que nascem junto da videira, que tem o aspecto semelhante a ela, mas que são altamente danosas e até mortais a plantação de uvas, impedem o crescimento sadio da videira, levando-a à esterilidade. Por serem parecidas com a parreira são difíceis de identificar, sendo preciso a ajuda de um viticultor experiente. Se não forem arrancadas infestam toda a plantação, sufocando a videira e acabando com ela!

Imaginando que a parreira de uva seja a nossa vida, o que seriam as “rapozinhas”?

DEFINIÇÃO: Pecados ou pequenos problemas, que impedem o nosso crescimento espiritual. Pecados sutis que por se tornarem prática no dia a dia, são definidos como maus hábitos, e não como pecados. Se não crescemos, regredimos. Exemplo de mau hábito: Comer bebendo água, porque dilata o calibre do estomago.

Mas algumas atitudes nossas vistas a luz da Palavra deixam de ser vistas de maneira LEVE e precisamos encará-las como pecados que desagradam e entristecem profundamente a Deus.

VAMOS CONHECER ALGUMAS DAS TANTAS RAPOSINHAS QUE PODEM INFESTAR A NOSSA VIDA.

1° Inveja:
Pesar ou desgosto provocado pela alegria e prosperidade dos outros, pelo bem ou felicidade do próximo. Desejo de adquirir um bem que outro possui ou desfruta.

Cobiça: Intenso apetite, desejo ansioso (semelhante a fome ou sede) por bens matérias, status, etc.
Desgosto: Falta de prazer, desagrado, mágoa ou aversão (rancor, ódio, antipatia, repulsa) por algo ou alguém.
Expressão: “Não estou satisfeito com o que tenho o que os outros possuem sempre é o melhor, e eu quero”!
O que a bíblia diz:
Tg 3:16_Onde a inveja a divisão e confusão.
I Co 3:1-3_É coisa de homens carnais.

Não há motivo para termos inveja no coração. Se nossos valores não são os de Deus, por isso pensamos haver diferenças para Ele. Todas as pessoas e funções que elas possam exercer são importantes para Deus.

Antídoto: CONTENTAMENTO
Hb 13:5 – Contentar: Tornar-se contente, alegre, feliz, com prazer.
Gl 5:24-26 – Optar pelo fruto ou pela concupiscência.
Fl – Acreditar na fidelidade de Deus independente dos recursos.

2° Murmuração:
Queixar-se ou reclamar em voz baixa, falar mal de alguma coisa, censurar. Maldizer alguma coisa ou circunstância como fruto de insatisfação ou descontentamento. A murmuração tem sua raiz na ingratidão.

Expressão: Não estou agradado pelos acontecimentos, preciso falar que não estou satisfeito, por isso reclamo.
O que a bíblia diz:
Ex 16:1-8 – O povo de Israel a 1 mês e 15 dias que estava no deserto, murmurava, falando contra Moisés, mas principalmente contra Deus. Independente disso, Deus se mostra fiel e supre as necessidades do povo. E é exatamente assim que acontece conosco, pois quando murmuramos, o fazemos contra o Senhor que cuida de nós. Murmuraram na fome.

Ex 17:3 – Na sua sede murmuraram.
Depois de tanto tempo, murmuravam, e isto fez com que o Senhor se irasse (contraste com Ex 16:8). Depois de tantos benefícios ainda murmuraram.

Antídoto: GRATIDÃO
Salmos 71:20-23 – Se somos gratos por tudo não murmuramos.
I Ts 5:18 – Quando reconheço a Soberania de Deus não tenho do que me queixar, mas sim aprender.
Sl 111:1 – Gratidão como atitude de coração, não ritual de boca.

3° Fofoca:
Bisbilhotar, promover mexerico, divulgar informações sobre alguém sem a devida autorização com o objetivo de maldizer, criticar ou expor. Intriga; divulgar um segredo com o fim de mal conquistar ou mal quere.

*(Mal conquistar é: Obter resultados ruins, como difamar alguém, obter “glória” para si, tirar a pessoa do cargo que ocupa, etc.)

COMPARTILHOCA: É o comentário sem a intenção de fofoca, mas que acaba sendo fofoca por ser uma atitude desleal.

O que a bíblia diz:
Lv 19:16-18 – Deus reprova o “mexerico”. Pv 11:13, Pv 10:19, Tg 4:11, Pv 11:19.

Antídoto: FALAR COM RETIDÃO QUANDO NECESSÁRIO. (Pv 16:13, I Pd 3:10).
4° Orgulho:
Sentimento ou pensamento elevado de si mesmo. Amor próprio exagerado que não reconhece seus limites e debilidades.

Nuances do Orgulho:
Soberba: Sentir-se mais elevado, ou melhor, que o próximo. Orgulho excessivo, arrogância.

Auto-suficiência: Ação isolada por não confiar na competência do próximo, só ele é capaz.

Obstinação: Relutante, teimoso, birrento, relutância a algo diferente do que penso ou quero, inflexível a própria vontade de Deus (I Sm 15:23).

Jactância: Arrogância, tomar como próprio, atribuir louvor a sí (I Co 5:6)

Expressão: Eu sou mais eu, sei o que é melhor para mim, sou melhor do que os outros por isso não preciso de ninguém, seria humilhante mostrar uma fraqueza ou necessidade. O que eu preciso é correto, o que eu quero é o melhor. Eu posso me virar sozinho ( “Posso todas as coisas no orgulho, amor próprio me fortalece” ).

O que a Bíblia diz:
Pv 21:4, 11:2
Pv 16:8, 29:23
Jr 49:16
Dn 4:37
Mc 7:22
Sl 101:5, 138:6
Cl 2:23

Antídoto:
A melhor arma contra o orgulho é a HUMILDADE ( ser sem precisar mostrar que é, reconhecer exatamente o que somos.)
Pv 1:32, 16:19, 11:2
I Tm 6:17
Fp 2:3
I Pe 5:5
I Co 1:28
Zc 4:10

5º Mentira:
Se opor à verdade dando tons à realidade, acrescentando, omitindo ou criando uma situação que não ocorreu. Afirmação de coisas ( fatos ou informações que sabemos ser contraditórias à verdade ). Distorção dos fatos que tem origem nu ser – o diabo ( João 8:44 ). Falsidade, enganar as pessoas, dizer meias verdades.

Nuances da mentira:
Engano – Mentir para o próximo.
Ilusão – Mentir para si mesmo.

O que não é 100% verdade é mentira!

Conseqüência: Ap 21:8, 22:15

É coisa do velho homem: Cl 3:9,10

Somos filhos de quem?: Jô 8:44
Temos que ser verdadeiros!!! Esse é o princípio de Deus, e em todas as situações ele pode nos orientar. Não precisamos nos esconder das mentiras.

Expressão: Não posso apresentar o que aconteceu de verdade, pode me prejudicar. A verdade é exigente e severa demais na maioria das vezes, não posso lidar com ela, não estou comprometido com ela.

O que a Bíblia diz:
Sl 101:7
Pv 19:5, 6:17, 12:22
Rm 1:25
I Jô 2:21
Is 28:1,14,15 – A mentira pode se tornar estilo de vida e isso é patológico.
Antídoto: AMAR A VERDADE
Verdade é a conformidade com o real, exatidão de fatos.
Jo 14:6 – Porcentagem da verdade e da mentira.
Cl 3:9 – Não temos que continuar usando as roupas de um caráter do passado.
Hb 6:18 – Mentira é algo impossível na natureza de Deus.
Sl 15:1,3
Zc 8:19
EF 4:25 – A arma é amar a verdade.

6º Ira:
Explosão visível ou não, de raiva ou cólera na tentativa de demonstrar indignação, ou defender-se de ofensa ou agressão. Reação egoísta de defesa (Gl 5:19,20 Cl 3:5,8 )

Nuances da ira:
Cólera: Impulso violento contra quem nos ofende ou irrita, fere ou indigna. È a reação de um coração vazio da graça de Deus.

Raiva: Sentimento violento de indignação.

Expressão: Não posso tolerar isso contra minha pessoa, preciso mostrar meu desagrado seja como for.
O que a Bíblia diz:
Ef 4:26 – Não temos como escolher numa dada circunstância se vamos reagir ou não com ira, esta ira é instintual, natural do ser humano, coisa do momento. È uma reação, o desafio é sua administração.

Gn 45:5 – Diferente da ira abrigada no coração. Adubada, curtida, nutrida, consciente, que dura tempo sem perdão,sem acerto, sem conserto, antes de tornar desejo de vingança.

Antídoto: DOMÍNIO PRÓPRIO, PONDERAÇÃO.
Sl 4:4
Ec 7:9
Pv 22:24
Ef 4:31

Para pensar: É melhor errar por esperar, do que errar por se precipitar.
7° Concupiscência:
Desejo desordenado, sem controle por alguma coisa, é o que a ciência chama de concupiscência (comida, sexo, prazer...).

Expressão: Não consigo ficar sem isso, se não fizer, se não tiver eu morro.
O que a bíblia diz:
Gl 5:16, Ef 4:17-24, I Tm 6:9, I Jo. 2:16 (Procede do mundo), Mt 5:28 (Deus se preocupa com a intenção do nosso coração).

Antídoto: DOMÍNIO PRÓPRIO.
I Jo 2:15-17, Rm 13:14, Gl 5:24.
8° Ociosidade:
Estado desocupado, acomodação, sem procurar ou se dispor para o trabalho ou alguma maneira de ser útil. Promove falta de produtividade material e espiritual. Mente vazia é oficina do diabo. Aprenda a planejar o tempo, ter objetivos, pois isso ajuda a evitar a ociosidade. Cuidado com a preguiça! Pv 6:6-11.

O que a bíblia diz:
Pv 19:15 (A preguiça atrai ruína), Pv 21:25, Ec 10:18.
Antídoto: DILIGÊNCIA ou DISPOSIÇÃO
Pv 6:6-10, Pv 13:4, Lc 9:62.
9° Indiferença:
Desinteresse, apatia, insensibilidade, desânimo, negligência, desleixo, pela vida, por si mesmo, pelo próximo e por Deus.

Tratamos as pessoas com indiferença e até mesmo as “coisas de Deus”, perdendo o interesse por elas e esquecemos que Deus conta conosco para executar seus sonhos. É preciso acordar para o Senhor e sair da anemia espiritual.

Expressão: Posso fazer de qualquer maneira, as coisas de Deus não precisa de luxo, ninguém vai reparar. Ninguém vai ver, por isso não ligo para detalhes. Não ajudo porque não tem jeito mesmo.

O que a bíblia diz:
Jr 48:10, Ap 3:15, Pv 18:9.
Antídoto: COMPROMISSO e DEDICAÇÃO
II Cr 29:11, Hb 13:2.
10° Amizade com o mundo:
Dar prioridade na vida as coisas que tiram Deus do centro da nossa atenção. É dar mais atenção para as coisas do mundo do que para Deus. (Mundo=Sistema diabólico e pecaminoso).

Expressão: Sou humano, Deus me conhece, e com certeza não vai se incomodar com minhas escapadinhas, depois eu peço perdão e Ele volta a me amar e a reinar em mim.

O que a bíblia diz:
Tg 4:4 (Mais ou menos amigo do mundo = menos amigo de Deus)
I Jo. 2:15 (Amor a Deus e ao mundo não são compatíveis)
Ef 5:11 (Não pode haver cumplicidade com o mundo)
Rm 12:2 (Não se conformar, “não ter a mesma forma”)
II Tm 3:1-5 (Perfil de quem não teme a Deus)
Rm 8:7

Antídoto: AMAR A DEUS COM COMPROMETIMENTO
Jo. 15:14, Dt 10:12-13, Ef 5:11, Jo. 14:21 (Podemos medir o nosso amor por Deus).
11° incredulidade:
Falta de fé e confiança no Senhor e na sua palavra.

As duas áreas que a incredulidade tenta tomar conta em nossas vidas são:

Financeira: Prefere-se agir com o próprio braço (não descansa em Deus)
Sentimental: Age pela emoção e não crê que Deus vai abençoar.

Expressão: Será? Por quê? Isso é impossível! Não creio, é demais pra mim! Eu acredito, mas...
O que a bíblia diz:
Rm 3:3, Hb 3:12.
Antídoto: FÉ E CONFIANÇA
Hb 11:6, Sl 37:5.
12° Falta de Perdão:
Rancores, ressentimentos adubados no coração contra ofensores. Guardar humanos mortos na terra do coração.

Expressão: Nunca vou conseguir esquecer isso, ela não podia ter feito isso comigo, isso é imperdoável. Só Deus tem poder de perdoar!

O que a bíblia diz:
Lc 7:47, Pv 14:10, Hb 12:15 (raiz de amargura), Mt 18:23-35 (Deus nos perdoou de uma divida maior.

Antídoto: PERDÃO, RESTITUIÇÃO e LIBERAÇÃO.
Cl 3:13, Ef 4:31
Hb 12:15, Lc 6:37
Mt 614-15
Autor: Artigo recebido por email

 







terça-feira, 7 de maio de 2013

A Igreja do Diabo



A Igreja do Diabo
de
Machado de Assis

CAPÍTULO I


Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a idéia de fundar uma igreja. Embora os seus lucros fossem contínuos e grandes, sentia-se humilhado com o papel avulso que exercia desde séculos, sem organização, sem regras, sem cânones, sem ritual, sem nada. Vivia, por assim dizer,dos remanescentes divinos, dos descuidos e obséquios humanos. Nada fixo, nada regular. Por que não teria ele a sua igreja? Uma igreja do Diabo era o meio eficaz de combater as outras religiões, e destruí-las de uma vez.

— Vá, pois, uma igreja, concluiu ele. Escritura contra Escritura, breviário contra breviário. Terei a minha missa, com vinho e pão à farta, as minhas prédicas, bulas, novenas e todo o demais aparelho eclesiástico. O meu credo será o núcleo universal dos espíritos, a minha igreja uma tenda de Abraão. E depois, enquanto as outras religiões se combatem e se dividem, a minha igreja será única; não acharei diante de mim, nem Maomé, nem Lutero. Há muitos modos de afirmar; há só um de negar tudo.

Dizendo isto, o Diabo sacudiu a cabeça e estendeu os braços, com um gesto magnífico e varonil. Em seguida, lembrou-se de ir ter com Deus para comunicar-lhe a idéia, e desafiá-lo; levantou os olhos. Acesos de ódio, ásperos de vingança, e disse consigo:

— Vamos, é tempo. E rápido, batendo as asas, com tal estrondo que abalou
todas as províncias do abismo, arrancou da sombra para o infinito azul.

 CAPÍTULO II
ENTRE DEUS E O DIABO

Deus recolhia um ancião, quando o Diabo chegou ao céu. Os serafins que engrinaldavam o recém-chegado, detiveram-no logo, e o Diabo deixou-se estar à entrada com os olhos no Senhor.
— Que me queres tu? perguntou este.
— Não venho pelo vosso servo Fausto, respondeu o Diabo rindo,
mas por todos os Faustos do século e dos séculos.
— Explica-te.
— Senhor, a explicação é fácil; mas permiti que vos diga: recolhei primeiro
esse bom velho; dai
-lhe o melhor lugar, mandai que as mais afinadas cítaras e
alaúdes o recebam com os mais divinos coros...
— Sabes o que ele fez?
perguntou o Senhor, com os olhos cheios de doçura.
— Não, mas provavelmente é dos últimos que virão ter convosco. Não tarda muito que o céu fique semelhante a uma casa vazia, por causa do preço, que é alto. Vou edificar uma hospedaria barata; em duas palavras, vou fundar uma igreja. Estou cansado da minha desorganização, do meu reinado casual e adventício. É tempo de obter a vitória final e completa. E então vim dizer-vos isto, com lealdade, para que me não acuseis de dissimulação... Boa idéia, não vos parece?
— Vieste dizê-la, não legitimá-la, advertiu o Senhor,
— Tendes razão, acudiu o Diabo; mas o amor-próprio gosta de ouvir o aplauso dos mestres. Verdade é que neste caso seria o aplauso de um mestre vencido, e uma tal exigência... Senhor, desço à terra; vou lançar a minha pedra fundamental.
— Vai.
— Quereis que venha anunciar-vos o remate da obra?
— Não é preciso; basta que me digas desde já por que motivo, cansado há tanto da tua desorganização, só agora pensaste em fundar uma igreja?
O Diabo sorriu com certo ar de escárnio e triunfo. Tinha alguma idéia cruel no espírito, algum reparo picante no alforje da memória, qualquer cousa que, nesse breve instante da eternidade, o fazia crer superior ao próprio Deus. Mas recolheu o riso, e disse:
— Só agora concluí uma observação, começada desde alguns séculos, e é que as virtudes, filhas do céu, são em grande número comparáveis a rainhas, cujo manto de veludo rematasse em franjas de algodão. Ora, eu proponho-me a puxá-las por essa franja, e trazê-las todas para minha igreja; atrás delas virão as de seda
pura...
— Velho retórico! murmurou o Senhor.
— Olhai bem. Muitos corpos que ajoelham a os vossos pés, nos templos do mundo, trazem as anquinhas da sala e da rua, os rostos tingem-se do mesmo pó, os lenços cheiram aos mesmos cheiros, as pupilas centelham de curiosidade e devoção entre o livro santo e o bigode do pecado. Vede o ardor, — a indiferença, ao menos, — com que esse cavalheiro põe em letras públicas os benefícios que liberalmente espalha, — ou sejam roupas ou botas, ou moedas, ou quaisquer dessas matérias necessárias à vida... Mas não quero parecer que me detenho em cousas miúdas; não falo, por exemplo, da placidez com que este juiz de irmandade, nas procissões, carrega piedosamente ao peito o vosso amor e uma comenda... Vou a negócios mais altos... Nisto os serafins agitaram as asas pesadas de fastio e sono. Miguel e Gabriel fitaram no Senhor um olhar de súplica, Deus interrompeu o Diabo.
— Tu és vulgar, que é o pior que pode acontecer a um espírito da tua espécie, replicou-lhe o Senhor. Tudo o que dizes ou digas está dito e redito pelos moralistas do mundo. É assunto gasto; e se não tens força, nem originalidade para renovar um assunto gasto, melhor é que te cales e te retires. Olha; todas as minhas legiões mostram no rosto os sinais vivos do tédio que lhes dás. Esse mesmo ancião parece enjoado; e sabes tu o que ele fez?
— Já vos disse que não.
— Depois de uma vida honesta, teve uma morte sublime. Colhido em um naufrágio, ia salvar-se numa tábua; mas viu um casal de noivos, na flor da vida, que se debatiam já com a morte; deu-lhes a tábua de salvação e mergulhou na eternidade. Nenhum público: a água e o céu por cima. Onde achas aí a franja de algodão?
— Senhor, eu sou, como sabeis, o espírito que nega.
— Negas esta morte?
— Nego tudo. A misantropia pode tomar aspecto de caridade; deixar a vida aos outros, para um misantropo, é realmente aborrecê-los...
— Retórico e subtil! exclamou o Senhor. Vai; vai, funda a tua igreja; chama todas as virtudes, recolhe todas as franjas, convoca todos os homens... Mas, vai! vai!
Debalde o Diabo tentou proferir alguma coisa mais. Deus impusera-lhe silêncio; os serafins, a um sinal divino, encheram o céu com as harmonias de seus cânticos. O Diabo sentiu, de repente, que se achava no ar; dobrou as asas, e, como um raio, caiu na terra.

CAPÍTULO III
A BOA NOVA AOS HOMENS

Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar a cogula beneditina, como hábito de boa fama, e entrou a espalhar uma doutrina nova e extraordinária, com uma voz que reboava nas entranhas do século. Ele prometia aos seus discípulos e fiéis as delícias da terra, todas as glórias, os deleites mais íntimos. Confessava que era o Diabo; mas confessava-o para retificar a noção que os homens tinham dele e desmentir as histórias que a seu respeito contavam as velhas beatas.
— Sim, sou o Diabo, repetia ele; não o Diabo das noites sulfúreas, dos contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil a airoso. Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome inventado para meu desdouro, fazei dele um troféu e um lábaro, e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo... Era assim que falava, a princípio, para excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar, em suma, as multidões ao pé de si. E elas vieram; e logo que vieram, o Diabo passou a definir a doutrina. A doutrina era a que podia ser na boca de um espírito de negação. Isso quanto à substância, porque, acerca da forma, era umas vezes subtil, outras cínica e deslavada. Clamava ele que as virtudes aceitas deviam ser substituídas por outras, que eram as naturais e legítimas. A soberba, a luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, com a diferença que a mãe era robusta, e a filha uma esgalgada. A ira tinha a melhor defesa na existência de Homero; sem o furor de Aquiles, não haveria a Ilíada: "Musa, canta a cólera de Aquiles, filho de Peleu"... O mesmo disse da gula, que produziu as melhores páginas de Rabelais, e muitos bons versos do Hissope; virtude tão superior, que ninguém se lembra das batalhas de Luculo, mas das suas ceias; foi a gula que realmente o fez imortal. Mas, ainda pondo de lado essas razões de ordem literária ou histórica, para só mostrar o valor intrínseco daquela virtude, quem negaria que era muito melhor sentir na boca e no ventre os bons manjares, em grande cópia, do que os maus bocados, ou a saliva do jejum? Pela sua parte o Diabo prometia substituir a vinha do Senhor, expressão metafórica, pela vinha do Diabo, locução direta e verdadeira, pois não faltaria nunca aos seus com o fruto das mais belas cepas do mundo. Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de prosperidades infinitas; virtude preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao próprio talento. As turbas corriam atrás dele entusiasmadas. O Diabo incutia-lhes, a grandes golpes de eloqüência, toda a nova ordem de cousas, trocando a noção delas, fazendo amar as perversas e detestar as sãs. Nada mais curioso, por exemplo, do que a definição que ele dava da fraude.Chamava-lhe o braço esquerdo do homem; o braço direito era a força; e concluía: muitos homens são canhotos, eis tudo. Ora, ele não exigia que todos fossem canhotos; não era exclusivista. Que uns fossem canhotos, outros destros; aceitava a todos, menos os que não fossem nada. A demonstração, porém, mais rigorosa e profunda, foi a da venalidade. Um casuísta do tempo chegou a confessar que era um monumento de lógica. A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender a tua casa, o teu boi, o teu sapato, o teu chapéu, cousas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, cousas que são mais do que tuas, porque são a tua própria consciência, isto é, tu mesmo? Negá-lo é cair no obscuro e no contraditório. Pois não há mulheres que vendem os cabelos? não pode um homem vender uma parte do seu sangue para transfundi-lo a outro homem anêmico? e o sa ngue e os cabelos, partes físicas, terão um privilégio que se nega ao caráter, à porção moral do homem? Demonstrando assim o princípio, o Diabo não se demorou em expor as vantagens de ordem temporal ou pecuniária; depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social, conviria dissimular o exercício de um direito tão legítimo, o que era exercer ao mesmo tempo a venalidade e a hipocrisia, isto é, merecer duplicadamente. E descia, e subia, examinava tudo, retificava tudo. Está claro que combateu o perdão das injúrias e outras máximas de brandura e cordialidade. Não proibiu formalmente a calúnia gratuita, mas induziu a exercê-la mediante retribuição, ou pecuniária, ou de outra espécie; nos casos, porém, em que ela fosse uma expansão imperiosa da força imaginativa, e nada mais, proibia receber nenhum salário, pois equivalia a fazer pagar a transpiração. Todas as formas de respeito foram condenadas por ele, como elementos possíveis de um certo decoro social e pessoal; salva, todavia, a única exceção do interesse. Mas essa mesma exceção foi logo eliminada. pela consideração de que o interesse, convertendo o respeito em simples adulação, era este o sentimento aplicado e não aquele. Para rematar a obra, entendeu o Diabo que lhe cumpria cortar por toda a solidariedade humana. Com efeito, o amor do próximo era um obstáculo grave à nova instituição. Ele mostrou que essa regra era urna simples invenção de parasitas e negociantes insolváveis; não se devia dar ao próximo senão indiferença; em alguns casos, ódio ou desprezo. Chegou mesmo à demonstração de que a noção de próximo era errada, e citava esta frase de um padre de Nápoles, aquele fino e letrado Galiani, que escrevia a uma das marquesas do antigo regímen: "Leve a breca o próximo! Não há próximo!" A única hipótese em que ele permitia amar ao próximo era quando se tratasse de amar as damas alheias, porque essa espécie de amor tinha a particularidade de não ser outra cousa mais do que o amor do indivíduo a si mesmo. E como alguns discípulos achassem que uma tal explicação, por metafísica, escapava à compreensão das turbas, o Diabo recorreu a um apólogo:
— Cem pessoas tomam ações de um banco, para as operações comuns; mas cada acionista não cuida realmente senão nos seus dividendos: é o que acontece aos adúlteros. Este apólogo foi incluído no livro da sabedoria.

CAPÍTULO IV
FRANJAS E FRANJAS

A previsão do Diabo verificou-se. Todas as virtudes cuja capa de veludo acabava em franja de algodão, uma vez puxadas pela franja, deitavam a capa às urtigas e vinham alistar-se na igreja nova. Atrás foram chegando as outras, e o tempo abençoou a instituição. A igreja fundara-se; a doutrina propagava-se; não havia uma região do globo que não a conhecesse, uma língua que não a traduzisse, uma raça que não a amasse. O Diabo alçou brados de triunfo. Um dia. porém, longos anos depois notou o Diabo que muitos dos seus fiéis, às escondidas, praticavam as antigas virtudes. Não as praticavam todas, nem integralmente, mas algumas, por partes, e, como digo, às ocultas. Certos glutões recolhiam-se a comer frugalmente três ou quatro vezes por ano, justamente em dias de preceito católico; muitos avaros davam esmolas, à noite, ou nas ruas mal povoadas; vários dilapidadores do erário restituíam-lhe pequenas quantias; os fraudulentos falavam, uma ou outra vez, com o coração nas mãos, mas com o mesmo rosto dissimulado, para fazer crer que estavam embaçando os outros. A descoberta assombrou o Diabo. Meteu-se a conhecer mais diretamente o mal, e viu que lavrava muito. Alguns casos eram até incompreensíveis, como o de um droguista do Levante, que envenenara longamente uma geração inteira, e, com o produto das drogas socorria os filhos das vítimas. No Cairo achou um perfeito ladrão de camelos, que tapava a cara para ir às mesquitas. O Diabo deu com ele à entrada de uma, lançou-lhe em rosto o procedimento; ele negou, dizendo que ia ali roubar o camelo de um drogman; roubou-o, com efeito, à vista do Diabo e foi dá-lo de presente a um muezim, que rezou por ele a Alá. O manuscrito beneditino cita muitas outra descobertas extraordinárias, entre elas esta, que desorientou completamente o Diabo. Um dos seus melhores apóstolos era um calavrês, varão de cinqüenta anos, insigne falsificador de documentos, que possuía uma bela casa na campanha romana, telas, estátuas, biblioteca, etc. Era a fraude em pessoa; chegava a meter-se na cama para não confessar que estava são. Pois esse homem, não só não furtava ao jogo, como ainda dava gratificações aos criados. Tendo angariado a amizade de um cônego, ia todas as semanas confessar-se com ele, numa capela solitária; e, conquanto não lhe desvendasse nenhuma das suas ações secretas, benzia-se duas vezes, ao ajoelhar-se, e ao levantar-se. O Diabo mal pôde crer tamanha aleivosia. Mas não havia duvidar; o caso era verdadeiro. Não se deteve um instante. O pasmo não lhe deu te mpo de refletir, comparar e concluir do espetáculo presente alguma cousa análoga ao passado. Voou de novo ao céu, trêmulo de raiva, ansioso de conhecer a causa secreta de tão singular fenômeno. Deus ouviu-o com infinita complacência; não o interrompeu, não o repreendeu, não triunfou, sequer, daquela agonia satânica. Pôs os olhos nele, e disse:

— Que queres tu, meu pobre Diabo? As capas de algodão têm agora franjas
de seda, como as de veludo tiveram franjas de algodão.
— Que queres tu? É a eterna contradição humana.
                     
                                                                                   FIM